Não é possível pensar a história política e jurídica do Brasil sem dar centralidade à “raça”. Partindo desse pressuposto, Assombros da casa-grande: a Constituição de 1824 e as vidas póstumas da escravidão é uma análise precisa e atual do sistema jurídico brasileiro a partir da Constituição de 1824, outorgada logo após a Independência e peça central para o prolongamento da escravidão no Brasil, a despeito de até hoje ser celebrada como um texto “liberal” para os padrões da época. Começando com uma leitura de Memórias póstumas de Brás Cubas — em que o defunto-autor é um exemplo explícito de quem era a elite brasileira no final do século 19 —, passando pela desconstrução do mito da democracia racial celebrada por Gilberto Freyre e chegando às doutrinas dos supermagistrados da nossa época, o pesquisador e professor de direito Marcos Queiroz traça um panorama mordaz de como o direito brasileiro se esquiva das questões raciais que fundaram o país, apesar de ser constituído pelo próprio racismo. Em uma reflexão que envolve o país e a América Latina em um contexto global de exploração da mão de obra escravizada, Queiroz evidencia como o levante dos escravizados do Haiti em 1791, que culminou na expulsão dos colonizadores e na independência do país, causou um pavor intenso em terras brasileiras. Os donos do poder — magistrados, políticos e escravocratas — se apressaram em criar um conjunto de leis que os protegesse e perpetuasse a tragédia de séculos de escravidão negra e indígena. Na
Peso: | 0.34 kg |
Número de páginas: | 256 |
Ano de edição: | 2024 |
ISBN 10: | 6560000397 |
ISBN 13: | 9786560000391 |
Altura: | 20 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Sociologia |
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