A inesgotavelmente luxuriante opulência do imaginário grego é um prodígio (mais rico só o catolicismo). Não há, nem de longe, paralelo em outras culturas de proliferação tão próspera de lendas, fábulas e mitos, ficcional e poeticamente acabados. Mal conseguimos, nós, descendentes deles, distinguir entre a história real e a mitológica dos helenos. Aquiles, filho de Tétis, é personagem histórico ou figura de fábula? Ulisses, realmente existiu? O Olimpo, morada dos doze deuses, é uma montanha real da Grécia.Talvez só os egípcios tenham produzido e desenvolvido imaginário tão fecundo em módulos poético-narrativos, de tamanha plasticidade. Mas o imaginário egípcio não é parte da nossa civilização. Quem sabe o imaginário hindu seja tão (ou mais) rico. Mas a Índia é invenção de navegadores ingleses dos séculos XVIII e XIX. Que sabemos do imaginário asteca, inca ou babilônio? O que interessa é que o imaginário grego, isso que chamamos, grosseiramente, de “mitologia grega”, é porção integrante, substantiva, da civilização ocidental, dos romanos até hoje. Literariamente, essa imensa máquina imaginária atravessou viva a Idade Média, reacendeu no Renascimento italiano e sobreviveu impávida, até o romantismo europeu do século XIX, quando começa seu processo de esquecimento. De Homero a Goethe, passando por Dante e Shakespeare, numa linha ininterrupta, durante mais de dois mil anos, o imaginário grego foi o primeiro alimento do poeta ocidental culto, seu software de fantástico, referencial
Peso: | 0.1 kg |
Número de páginas: | 152 |
Ano de edição: | 2024 |
ISBN 10: | 6555192305 |
ISBN 13: | 9786555192308 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 2 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Poesia e Poemas |
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