A literatura tem seus desafios e a palavra luta com seus (des)limites. Podemos, como declarou Manuel Bandeira, ocuparmo-nos de um lirismo bem-comportado, comedido, um lirismo funcionário público, com livro de ponto, expediente e protocolo. Podemos gastar as tintas da nossa pena com descrições do arrebol. Falar de luas que crescem, mínguam, de estrelinhas. De flores e amores, rimando tudo com alegria. Podemos até nos distanciarmos ao máximo e fazer textos insípidos, bem adestradinhos, tratando de qualquer coisa que afinal resulte em um muito sobre nada. Corremos inclusive o risco de sermos ovacionados por críticos que amem a forma pela forma... Podemos preencher linhas e mais linhas como quem se distrai em prática de caligrafia, observando a regularidade dos desenhos do papel. Tudo pode ser, afinal, razão ou desrazão de literatura. Ou podemos, no exercício de toda impotência, tratar de temas que nos corroem a alma, mesmo as mais distraídas, mesmo as que tentam distanciar-se de dores como a do luto. Nesse conto testemunho, o narrador fala da perda de um gato. Não era assim um gato tão amoroso o tempo todo. Fazia escolha de afetos. Que gatos o seriam? Dom, que já tinha virado personagem de final feliz, numa narrativa anterior, personagem eternizada na escrita de Francisco, em O Gato Dom, agora falece. Dom nem era ficção. Era pura presença no mundo, com todo direito de ser e viver. Mas a vida… A vida dos gatos é sempre mais breve, conforme sinalizam os que contam a idade dos ga
Peso: | 0.8 kg |
Número de páginas: | 32 |
Ano de edição: | 2023 |
ISBN 10: | 8575917676 |
ISBN 13: | 9788575917671 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Infanto Juvenil |
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