Sinopse

Àqueles que somente veem na psicanálise a forma moderna do esforço para “normalizar” qualquer expressão desviante, este livro traz uma dupla resposta. De um lado, há uma “superadaptação” à realidade, cuja miséria psíquica subjacente somente a experiência analitíca revela. De outro, os “desvios” mais aberrantes testemunham uma notável criatividade, quando é possível reconstruir seu roteiro inconsciente. Se é difícil ouvir psicanalistas defenderem uma certa anormalidade, também é raro encontrar aqueles que aceitam questionar, desafiando seu saber e método, sua própria identidade de analista. Joyce McDougall se interessa mais particularmente pelos casos que abalam essa identidade: os pacientes que, por serem diferentes do “bom neurótico clássico”, são apressadam ente etiquetados como caracteriais, perversos,narcísicos, psicossomáticos. De fato, por não se saber como lidar com seu sofrimento, levam o analista aos limites do analisável, do representável e do narrável. É por este terreno, em que é necessário, para compreender, inventar incessantemente, que a autora nos conduz, com uma excepcional liberdade de pensamento e de estilo.

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