A poesia de Fadul M. é culta, experimental, investigativa. Não apenas incorpora a experiência de leitura como explora diversas de suas possibilidades criativas. Dialoga com poetas do passado, com a poesia contemporânea, com a poesia amazônica. A tradição aqui não é bem um monumento, mas uma “constelação”, isto é, um amplo conjunto de singularidades organizadas em traços imaginários, cujo centro é o vazio. As palavras de Walter Benjamin assombram o livro, desde sua epígrafe. Trata-se de pensar os fragmentos, identificando seus extremos, a fim de enfrentar a descontinuidade incontornável. Poeticamente, não deixa de ser também o desafio das imagens, o trabalho com padrões figurativos. Espectros, fantasmas, ruínas, por sua opacidade e sua indecidibilidade, colocam o descontínuo e o vazio não como pontos de absoluta cegueira, mas como assombros, como lugares de enigma, dispositivos cifrados. A exemplo das constelações (mesmo que sejam aquelas colhidas no chão, sobreviventes), a experiência do poeta tem seu segredo codificado por tempos e distâncias espantosamente imensuráveis. E à poesia cabe formular um tal espanto. A faca não chega a lhe conferir um esqueleto: atravessando o pórtico, ela desce decisivamente até o corpo do poeta, até o corpo da poesia. Faz o corpo sangrar, de um fio de sangue graças ao qual o afeto circula. Aqui, Cabral dialoga com Ana Cristina Cesar. Da abertura da faca, não se espera clarividência, mas a fresta pela qual o segredo se expõe, mesmo pintado com ti
Peso: | 0.148 kg |
Número de páginas: | 104 |
Ano de edição: | 2022 |
ISBN 10: | 6586042577 |
ISBN 13: | 9786586042573 |
Altura: | 20 |
Largura: | 13 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Poesia e Poemas |
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