O projeto iniciado nos anos 1990 era de um muro que isolasse os latino-americanos, e esse muro, dispositivo de visibilização de uma fronteira entre o México e os Estados Unidos, desenhava um território habitado pelo medo. Um muro como texto (arquitetônico) de grande explicitude que, traduzido para o verbal, corresponderia a algo como “Fora daqui!”. Depois, em julho de 2019, chegaram as gangorras de Rael e San Fratello para fazer frente às políticas antimigratórias e restituir às fronteiras sua vocação de território nuançado, matizado, cambiante. Construídas com apoio sobre o muro, em seu balanço contínuo, funcionavam como texto cinético, garantindo que “o que acontece de um lado tem consequências no outro”. Assiste-se, então ao texto-gangorras que requalifica o texto-muro, agenciando novas formas de contestação das forças monológicas que pretendem negar os hibridismos. Movimento heterotópico em cujo contexto se desenvolve uma reflexão sobre discurso e cenografia, sendo reafirmada a urgência de outras tantas gangorras para conter os fascismos dos muros que se impõem no contemporâneo. Primado do dispositivo-gangorra: artefato que, sob o modo lúdico, dá passagem a afetos de uma micropolítica ativa que desqualifica formas opressoras como os muros de fronteira.
Peso: | 0.245 kg |
Número de páginas: | 184 |
Ano de edição: | 2023 |
ISBN 10: | 8575916653 |
ISBN 13: | 9788575916650 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Política Social |
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