- São como os buracos das meias, avô? – perguntei agora. O avô não respondeu logo. Ele olhou para além de mim, mas desta vez eu já sabia que não vinha ninguém lá além. - Sabes, tens razão. A meia tem cicatrizes de cada vez que a avó as cose, e as nossas cicatrizes foram primeiro um buraco também. E às vezes, também nos perdemos, como as meias. Vamos pelo mundo das meias perdidas, meio perdidos. - O mundo das meias perdidas? - Ah, pois é. Para onde achas que elas vão? - Não sei, estão perdidas. Eu não sei onde estão as coisas que perco... - Mas isso não quer dizer que não estejam algures, algures elas têm de estar. E as meias, elas têm um mundo próprio, uma viagem sem outra igual, antes de voltarem a casa. E quando voltam, já não são iguais à meia que ficou à sua espera. Mas, por muito diferentes que elas voltem, continuam a ser o seu par. E isso é que é bonito na viagem das meias, e nas viagens dos crescidos, podermos voltar diferentes, mas o nosso lugar mantém-se.
Peso: | 0.044 kg |
Número de páginas: | 44 |
Ano de edição: | 2021 |
ISBN 10: | 9893720656 |
ISBN 13: | 9789893720653 |
Altura: | 21 |
Largura: | 21 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Paradidáticos e/ou leitura escolar |
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