Li este livro de Paloma Franca Amorim com a mesma surpresa que tive ao conhecer as obras de estreia de Marcelo Mirisola e Ferréz na virada dos anos 1990 pros 2000. Aquela certeza de estar diante de um novo veio, de uma nascente que marcará, como esses dois autores fizeram, cada um a seu modo, a paisagem literária dos anos seguintes. Cito dois homens por um acaso da história recente da literatura brasileira, mas é inevitável, quando lemos Paloma, lembrar de outras mulheres escritoras. Na apresentação e no prefácio do livro, Clarice Lispector é mencionada com razão. Lembrei também, ao escrever essa orelha, da jovem Raquel de Queiroz, em sua mistura de seca e de melancolia, e de Marilene Felinto, com sua prosa tão pessoal e tão lentamente dolorida. Cito tanta gente não por uma questão de filiação, mas para tentar dar um parâmetro do evento que é esse livro. Aparentemente, é uma reunião de crônicas, mas cada crônica desse livro é, antes, também um conto, e o conjunto de contos acaba formando um romance. Não por acaso, me parece, Paloma, ao juntar esses textos tão coerentemente, excluiu a data de publicação, em jornal, fazendo-os renascer como um conjunto. Há um eu, personagem principal dessa enchente, que alcança Belém, São Paulo, Buenos Aires e Aveiro, que atravessa carnavais e estradas em viagens de ônibus e caminhares sobre calçadas e pernas tortas, que chega ao Rio de Janeiro, à Patagônia e aonde mais a imaginação da autora leva. Um eu que é narrado não na lógica da autoficçã
Peso: | 0.2 kg |
Número de páginas: | 234 |
Ano de edição: | 2021 |
ISBN 10: | 6559660036 |
ISBN 13: | 9786559660032 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 2 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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