Tema muito caro a Henri-Pierre Jeudy é o excesso de sentido. Num trabalho anterior, ele chamou de trop-plein (cheio demais, transbordante) a sociedade industrial de hoje. Não é o objeto de consumo que transborda, mas o discurso que modela o indivíduo, embalando-o com os logros de uma ética universal e com um suposto sentido de história, construído pela racionalidade dialética da ação. É difícil falar de antídotos para o veneno pós-moderno do desalento ou do abandono a que ficamos entregues pela principal conseqüência desse excesso: a neutralização da diferença entre a realidade e os simulacros produzidos pela tecnologia. A armação tecnológica (e midiática) do mundo é vetor da sobreposição do sentido à realidade, volatilizada –– ou tornada “líquida”, como prefere dizer Zygmunt Bauman –– pelo frenesi discursivo da modernidade contemporânea. De tanto falar, nada se diz, e logo sobrevém o esquecimento da diferença entre ser e parecer, entre o público e o privado, entre as mediações e a pura midiatização. Há linhas de fuga, porém. É o que vem nos mostrar Jeudy neste A Ironia da Comunicação, onde a ironia emerge como possibilidade, única talvez, de se viver o ocaso do sentido por seu excesso. Do grego elro, que significa tecer e amarrar, a ironia é um exercício do espírito, uma astúcia comunicacional, que prende o interlocutor nas malhas de um tecido lingüístico graças à soberana invenção de uma outra certeza. Dizendo o contrário daquilo que se pode querer fazer entender, o ironist
Peso: | 0.16 kg |
Número de páginas: | 112 |
Ano de edição: | 1900 |
ISBN 10: | 8520502830 |
ISBN 13: | 9788520502839 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Comunicação |
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