No universo poético de Diogo Cardoso, que vem se destacando como tradutor e estudioso de poetas surrealistas, “uma só palavra é capaz de desfazer o céu em dois”. As páginas de A língua nômade se abrem para além dos limites do “real” e das imagens com que tentamos apreendê-lo normalmente. Cada palavra é uma convocação para irmos mais além — do tempo, do espaço, dos sentidos. Em seus versos, são desconcertantes os enlaces e desenlaces entre vida e imaginação. Ou morte e criação, vigília e sonho, consciente e inconsciente, razão e delírio… e essa lista de oposições poderia seguir facilmente, porque a poesia de Cardoso, sempre tão visual, musical, sensual, nunca deixa de ser tensa e inventar caminhos avessos. Mesmo quando o leitor se depara com imagens que parecem velhas conhecidas — o sol é real, o amor é real, a fome é real, o corpo da amada é real —, num golpe rápido tudo escapa e não se deixa domar até que se aceite ir mais além com o poeta, até o ponto em que abandonamos nossos próprios limites e reconhecemos que há uma parte da vida (a mais viva!) que só pode ser captada pela imaginação mais desgarrada. Essa “língua nômade”, que os versos de Cardoso buscam e consagram — “língua dos atravessadores de desertos”, língua das “falésias mudas pendidas na garganta” —, sopra como um vento rebelde contra as janelas fechadas do nosso mundo.
| Peso: | 0.087 kg |
| Número de páginas: | 40 |
| Ano de edição: | 2025 |
| ISBN 10: | 6561390636 |
| ISBN 13: | 9786561390637 |
| Altura: | 20 |
| Largura: | 14 |
| Comprimento: | 1 |
| Edição: | 1 |
| Idioma : | Português |
| Tipo de produto : | Livro |
| Literatura Nacional : | Poesia e Poemas |
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