É difícil andar por certas ruas de São Paulo e não ter a sensação de que a cidade sussurra outras histórias por baixo do seu chão de asfalto e cimento. Combinando memória e imaginação, recorrendo aqui e ali a fatos históricos reais, mas confiando a maior parte do tempo no seu próprio tino poético, Grãos de prata, de Cristina Mira, recolhe em prosa límpida as vozes, os relatos, os registros de amor e de amizade, as pequenas experiências do cotidiano de uma gente, uma comunidade, que começou a habitar as várzeas do rio Tietê na década de 1940, precisamente no momento em que a cidade, arrastada para um projeto de crescimento insensato e grotesco, começava a dar adeus a seu rio principal. Explorando a analogia com os grãos de nitrato de prata que, na fotografia, fixam a imagem no papel mas que, sob certas condições, podem também velá-la, este livro não obriga seus personagens a falar, mas, sabiamente, deixa que as suas falas – e a fala de quem narra estas histórias – se formem a partir de pequenos acontecimentos: os sons dos passos na ponte de madeira, um passeio de bicicleta, o recorte de uma notícia de jornal, uma volta de barco com o tio, a luz que toca e transforma os objetos na sala, o piso vermelho de uma varanda... É desse cruzamento de histórias e sensações – pontuadas pelas fotos de um álbum de família, tratadas e diagramadas com esmero por Gilberto Tomé – que nasce o ritmo deste livro tão singular, no qual certas beiradas de rio, certas esquinas, a Ponte Grande, que
Peso: | 0.15 kg |
Número de páginas: | 1 |
Ano de edição: | 2024 |
ISBN 10: | 8592875854 |
ISBN 13: | 9788592875855 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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