“Não era fácil / fazer o amor / entre tantas metralhadoras / panfletos, bombas / apreensões fatais / e os cinzeiros abarrotados / eternamente com o teu Continental, / preferência nacional”, escreve Alex Polari em “Amar em aparelhos”, poema de Inventário de cicatrizes (1978). Encerrando a quarta estrofe do mesmo poema, o poeta acrescenta: “era duro rimar orgasmo / com guerrilha / e esperar um tiro / na próxima esquina”, versos que dão título a este volume da coleção Crítica Contemporânea, pela editora Alameda. Se não acreditamos que um breve excerto possa expressar com precisão a síntese de uma poética, podemos ao menos afirmar que aqueles citados logo acima remetem a significativas linhas de força da obra do então jovem militante da Vanguarda Popular Revolucionária durante o período mais cruel dos Anos de Chumbo. Preso aos 20 anos, em 1971, liberto aos 29, Polari testemunhou a repressão, a censura, a clandestinidade, o sequestro, a tortura, a ameaça, a violência física e a psíquica, a precária condição de vida no cárcere, o assassinato de seu amigo Stuart Angel. As impressões da ditadura militar brasileira, portanto, são centrais em seus três primeiros livros: Inventário de cicatrizes, já mencionado e mais conhecido dentre suas obrasl iterárias, Camarim de prisioneiro (1980), mescla de verso, prosa, imagens, notícias etc., e Em busca do tesouro: uma ficção política vivida (1982), narrativa autobiográfica que aborda seus primeiros anos de militância, a captura pelos milita
Peso: | 0.35 kg |
Número de páginas: | 302 |
Ano de edição: | 2024 |
ISBN 10: | 6559662993 |
ISBN 13: | 9786559662999 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Teoria e Crítica Literária |
Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência no site e, ao continuar navegando, você concorda com essas condições. Acesse o nosso Portal de Privacidade para visualizar nossas Política de Privacidade, Política de Cookies e Termo de Compromisso e Uso do Site.
Avaliações