Uma vez, há muito tempo, encontrei Arnaldo Antunes na Consolação com a Paulista, aqui em São Paulo. Já nos conhecíamos, mas não éramos propriamente amigos. Apesar de um pouco atrapalhado com a mobilete que pilotava com certa dificuldade, me ofereceu carona. E fomos despretensiosamente conversando em meio ao vento, até que ele me deixou nas redondezas do meu destino. As palavras que trocamos, enquanto mantínhamos a atenção simultaneamente no ritmo alternado do equilíbrio-desequilíbrio, permaneceram comigo. Pensei nelas ainda muito depois daquele dia. Numa outra vez, era eu quem vinha de moto pela Teodoro e dei de cara com ele, subindo a rua a pé. Levei-o até o lugar em que ele estava morando por uns tempos, em Perdizes. Usar capacete já era então obrigatório e não falamos muito pelo caminho. Quando chegamos, eu não quis entrar; alguém me esperava. Atualizamos a conversa, que foi se esticando, ali mesmo na calçada: o que estávamos fazendo ou planejávamos fazer e, principalmente, quem e o quê naquele momento estava piscando mais à nossa atenção. Lembro que, dias mais tarde, disse à minha namorada que, sem nem de longe se propor a isso, Arnaldo havia, novamente, melhorado a antena do meu receptor. Semelhante à primeira vez, aquele nosso papo casual teve seu efeito
Peso: | 0.34 kg |
Número de páginas: | 176 |
Ano de edição: | 1900 |
ISBN 10: | 8573214384 |
ISBN 13: | 9788573214383 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Romance |
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