Roberto DaMatta traça um panorama preocupante do comportamento do brasileiro – não só no volante, mas para além dele. Um comportamento com raízes profundas na constituição cultural do brasileiro. País com origem escravista e aristocrática, onde o espaço de convivência é usado de diferentes formas, dependendo da classe social. É a cultura da casa – onde reside o personalismo, a leniência e um sentido de autoridade – levada para a rua – onde as regras devem funcionar da mesma forma para todo mundo, para manutenção da ordem social. No Brasil, no entanto, os “donos da rua” fazem suas vítimas – nesta dinâmica, os pedestres –, cidadãos sem direito de exercer sua cidadania com a igualdade que um espaço que é de todos pede. Para o autor, o automóvel é visto e usado justamente como instrumento de poder, dominação e divisão social. O motorista se sente burlador do sistema – as leis são para os outros - provocando caos social e no tráfego. A “fechada”, o xingamento, a agressividade são reflexos claros do conceito do “sabe com quem está falando?”, prática comum no Brasil que, apesar de República, jamais perdeu sua cultura aristocrática. Diferentemente do que ocorre em países e culturas onde o espaço público é visto pelos cidadãos como pertencente a todos e, por isso mesmo, respeitado naturalmente, no Brasil, motoristas e até mesmo pedestres desrespeitam as regras do sistema criando, cada um à sua maneira, sua relação com a rua. Daí a dificuldade em se criar a cultura da direção def
Peso: | 0.4 kg |
Número de páginas: | 192 |
Ano de edição: | 2010 |
ISBN 10: | 8532526004 |
ISBN 13: | 9788532526007 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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